A contratransferência é um fenômeno central na clínica psicológica e psicanalítica. Para entender o que é contratransferência, é preciso reconhecer que o terapeuta também reage emocionalmente ao paciente — não apenas como profissional, mas como sujeito atravessado por sua própria história. Essas respostas internas podem ser sutis ou intensas, e influenciam a relação terapêutica.

Na contratransferência na psicologia, o foco está em como essas reações podem afetar a escuta, o vínculo e a postura do terapeuta. Já na contratransferência na psicanálise, esse movimento é visto como um instrumento clínico: o analista observa o que sente para compreender conteúdos inconscientes mobilizados na relação. Existem exemplos de contratransferência muito comuns: irritação súbita sem motivo aparente, sensação de querer “salvar” o paciente, impaciência, excesso de empatia ou rejeição inexplicável. Esses sinais podem indicar contratransferência positiva ou negativa, ambas igualmente importantes, desde que reconhecidas e manejadas.

O manejo da contratransferência exige supervisão, autoconhecimento e capacidade de autorreflexão. O terapeuta precisa diferenciar suas emoções das emoções do paciente e compreender a diferença entre transferência e contratransferência: enquanto a transferência é a projeção do paciente sobre o terapeuta, a contratransferência são as reações do terapeuta ativadas pela transferência do paciente. Quando bem trabalhada, a contratransferência se torna uma das ferramentas clínicas mais profundas e reveladoras.